sábado, 29 de dezembro de 2012

2012

             Um ano razoavelmente mais tranquilo, mais divertido, mais trabalhoso, mais frustrações, mais intenso. Vivi mais, aproveitei mais a vida. Lembro-me de ter voltado as 7 da manhã pra casa. Das risadas eloquentes, das noites intermináveis e dos dias fora do comum. Sofri, chorei, me decepcionei. E como sofri e ainda por gente que nem merecia meu sofrimento, minha chateação. Garotos bobos, apenas meninos. Consegui uma tão sonhada iniciação científica e não peguei DP na faculdade. Estudei, mas fiquei em 2 finais. Perdi grandes amigas na faculdade por motivos mais idiotas ainda. Não terminei minha CNH, ainda não encontrei o homem que vai cantar wonderwall para mim, cortei relações. Perdi o show do Strike. Meu aniversário foi um porre, mas não o pior. Votei e fui mesária. Chatiada, acho que essa foi a palavra que resumiu meu ano. Contudo, as emoções foram menos fortes e sem traumas profundos. Promessas feitas ano passado que não foram cumpridas, mas não foram por falta de esforços. Algumas talvez a preguiça tenha me impedido. Conheci pessoas, perdi contato com algumas, outros resolveram namorar, alguns terminaram. Um ano com muitos inícios e fins intermináveis. Como eu tinha dito, novembro e dezembro foram os piores meses. Um ano de novas experiências e experimentações. Mas nunca deixando de ser aquela velha e antissocial Letícia. Um coração partido e magoado. Me apaixonei, desapaixonei e continuo apaixonada. Amores platônicos e sofrimentos reais. Digo que aprendi mais. Conheci lugares novos, mas realmente deveria não ter ido tanto assim no James. Passei momentos tristes e felizes lá. Agradeço por tudo, até pelos choros, tristezas e noites em claro. Agradeço meus amigos, que realmente eu não consigo mais viver sem vocês, obrigada por tudo de verdade, por terem me suportado (que realmente não deve ser uma coisa fácil). Agradeço minha família. Amo vocês e desejo tudo de bom possa acontecer em 2013. Bem, ainda tem mais 2 dias que tudo pode acontecer, ou não.


Ei, Snoopy!


sábado, 22 de dezembro de 2012

Desejos de natal

      Manhã natalina, tudo que eu quero é que tenha um pouco de paz embaixo da árvore, um pouco de humanidade, amor, felicidade e um pacotão de desejos. Uma sociedade mais justa, menos preconceituosa, mais humana, menos errada. Para uma vida mais livre, menos presa no limbo neurótico da internet, uma escrava da informação irrelevante. Que as pessoas respeitem mais, apreciem mais, se divirtam mais. Mais reciprocidade. Mais vida, mais esforços. Mais atitude. Quero que o senhor bom velhinho, me traga saúde, e deixe as minhas tristezas no polo norte, que elas congelem até o esquecimento. Que todos vocês sejam muito felizes com as escolhas feitas. Que vocês consigam alcançar tudo que desejam ou tudo que trabalharam/lutaram/batalharam para conseguir. Que o amor prevaleça!


terça-feira, 18 de dezembro de 2012

Saia daqui

       Saia da minha vida, saia da minha esquina, saia da minha aba. Saia da minha ruína, saia da minha casa, saia da minha estrada. Saia da minha ilusão, saia da minha ideia. Saia da minha solidão, saia da minha constipação, saia da minha situação. Saia do meu coração, do meu pensamento, do meu quarto. Saia do meu lugar, do meu estado, do meu país. Saia do meu corpo, do meu abraço, do meu lado. Simplesmente saia daqui.


Cansei de procurar. Agora o amor que venha me procurar. Quando ele chegar, eu vou bater com a porta na cara dele e falar: TARDE DEMAIS FDP, pff!


Dores em doses homeopáticas

            Sério, esses últimos meses estão sendo os piores pra mim, principalmente no aspecto sentimental. É como se eu tivesse com um punhal encravado no meu coração, e que a cada decepção que eu sofresse alimentasse essa dor. Como se cada criatura que saísse da minha vida apertasse um pouco mais esse punhal para o fundo. Como se remédios não resolvessem mais, como se uma dor invisível pudesse me matar cada dia mais. Aos poucos, lentamente. Uma dor em doses homeopáticas.  Sem vontade de chorar, sem demonstrar tristeza, só não conseguindo sorrir com tanta frequência como antigamente, precisando fazer mais esforços para viver. Morrer seria muito mais fácil para sanar essa dor, mas também muito covarde e egocêntrico da minha parte. Além disso, não estou tão mal assim com a vida, fiquem tranquilos. Só sinto que a cada dia que passa o meu coração fica mais distante, com menos vontade de se apaixonar, com mais cuidado e mais protegido de futuros sofrimentos. Amores passageiros e paixões frequentes. Mas vou continuar nesse meu caminho incessante procurando o amor da minha vida, e serão nesses próximos capítulos, querido leitor, que eu sofrer novamente, vir reclamar aqui pra vocês minhas neuras, paranoias e chatices. Então saia daqui, enquanto há tempo, porque a tendência é só piorar.



Sonhos, sonhos, sonhos

       Cansei de sonhar, a partir de agora vou começar a viver. E viver da realidade. Não me alimentar de sonhos, nem os alimenta-los demais. Tentar me aproximar da realidade, construir objetivos concretos, sentimentos mais palpáveis. Viver a vida. "Viva la vida", como diria o Coldplay. Me afastar daquilo que me afasta de mim mesma. Da minha essência, daquilo que realmente eu quero me tornar. Esquecer pessoas, não tira-las completamente, simplesmente não reviver mais . Nada de relembrar momentos. O lema para 2013 será "FODA-SE". É o melhor que eu posso me desejar. Foda-se vocês que um dia resolveram aparecer na minha vida e depois sumiram. Foda-se atitudes incabíveis. Foda-se sonhos inalcançáveis. Foda-se a importância que um dia eu já dei pra você. Foda-se as decepções, frustrações. Foda-se todos vocês. Além disso, prometo que eu vou parar de ser tão otária quanto eu era em 2012. 



domingo, 16 de dezembro de 2012

Fim do Mundo

           Fim desse sofrimento, dessa angústia, desses dias que nunca acabam. Fim de tudo, fim pra mim. O dia em que tudo vai mudar, velhos ciclos terminam, novos começam. Quem sabe essa maré de azar vai embora, e que bons fluidos cheguem. Um dia para parar e pensar em tudo que você já fez. O que contribuiu, o que deixou de fazer. Dos momentos bons e ruins. Das felicidades e tristezas. Podia mesmo acabar o mundo literalmente, fim das eras, de histórias e de bilhões de vida. Mas se realmente acabar, isso não significa que melhore a situação do universo. E se cada um nós virássemos uma estrela no céu ou fossemos para o céu, ou mesmo o inferno, se não tem terra, como existirá o céu e o inferno? E se for como um dia normal. Essas noticias servem apenas para lembrarmos de dar mais valor a vida, que ela vale muito para acabar assim. Só tenho uma coisa a dizer: Boa sorte, champs! E cuide-se porque é no final que a gente vai realmente perceber quem estará ao nosso lado, mesmo se no final tudo terminar em um apocalipse zumbi.   



sábado, 8 de dezembro de 2012

Querências

Quero não sentir medo. Quero me entregar mais, me jogar mais, amar mais. Viajar até cansar. Quero sair pelo mundo. Quero fins de semana de praia. Aproveitar os amigos e abraçá-los mais. Quero ver mais filmes, ler mais. Sair mais. Quero não me atrasar tanto, nem me preocupar tanto. Quero morar sozinha, quero ter momentos de paz. Sorrir mais, chorar menos e ajudar mais. Quero ser feliz, quero sossego. Quero me olhar mais. Tomar mais sol e mais banho de chuva. Preciso me concentrar mais, delirar mais. Não quero esperar mais. Quero fazer mais, suar mais, cantar mais e mais. Quero conhecer mais pessoas. Quero olhar para frente. Quero pedir menos desculpas, sentir menos culpa. Quero mais chão, pouco vão e mais bolinhas de sabão. Quero ousar mais. Experimentar mais. Quero menos ”mas”. Quero não sentir tanta saudade. Quero mais e tudo o mais. E o resto que venha se vier, ou tiver que vir, ou não venha.

 Fernando Pessoa


Sofrimento

(…) Sofremos não porque nosso trabalho é desgastante e paga pouco, mas por todas as horas livres que deixamos de ter para ir ao cinema, para conversar com um amigo, para nadar, para namorar. Sofremos não porque nossa mãe é impaciente conosco, mas por todos os momentos em que poderíamos estar confidenciando a ela nossas mais profundas angústias se ela estivesse interessada em nos compreender. Sofremos não porque nosso time perdeu, mas pela euforia sufocada. Sofremos não porque envelhecemos, mas porque o futuro está sendo confiscado de nós, impedindo assim que mil aventuras nos aconteçam, todas aquelas com as quais sonhamos e nunca chegamos a experimentar. Por que sofremos tanto por amor? O certo seria a gente não sofrer, apenas agradecer por termos conhecido uma pessoa tão bacana, que gerou em nós um sentimento intenso e que nos fez companhia por um tempo razoável, um tempo feliz. (…) A cada dia que vivo, mais me convenço de que o desperdício da vida está no amor que não damos, nas forças que não usamos, na prudência egoísta que nada arrisca, e que, esquivando-se do sofrimento, perdemos também a felicidade. A dor é inevitável. O sofrimento é opcional. 

Carlos Drummond de Andrade




Enfim, Dezembro!

E que todas as boas intenções que pairam, utopicamente, sobre dezembro tornem-se um dia, de fato, realidade. Que todas as luzes que brilham frenéticas nessa época do ano sejam luzes no fim do túnel e sirvam como direção a quem de guia necessitar. Que os ventos que predizem a chegada de mais um ano sejam os bons ventos perfumados da primavera e que, nesse período, desabrochem junto às flores os nossos melhores sentimentos! Vem dezembro, vem manso, toca teus sinos em sintonia com o pulsar dos corações enfastiados, faz dessa melodia um acalento a quem pouco ou nada crê na vida, renova a esperança em quem espera um dia ‘o milagre’ acontecer. Seja esse milagre! Que o Natal seja mais que uma troca de presentes e comida farta, mais que um bom e esquecido velhinho descendo pela chaminé, que seja fé. Somente fé. Seja muito bem-vindo, senhor Dezembro! Pode entrar, a porta está aberta! 

Caio Fernando Abreu     


Eu gosto do não





"Eu gosto do claro, quando é claro que você me ama.
Eu gosto do escuro, quando é escuro com você na cama.
Eu gosto do não, se você diz: não viver sem mim.
Eu gosto de tudo, tudo o que trás você aqui.
Eu gosto do nada, nada que te leve para longe.
Eu amo a demora, sempre que o nosso beijo é longo.
Adoro a pressa, quando sinto sua pressa em vir me amar. 
Venero a saudade, quando ela está pra terminar. 
Baby, com você já já.
Mande um buquê de rosas, rosas ao salmão.
Versos e beijos, e seu nome no cartão.
Me leve café na cama amanhã, 
Eu fingo que não esperava…"



Adriana Calcanhoto



Ausência



"Eu deixarei que morra em mim o desejo de amar os teus olhos que são doces. Porque nada te poderei dar senão a mágoa de me veres eternamente exausto. No entanto a tua presença é qualquer coisa como a luz e a vida. E eu sinto que em meu gesto existe o teu gesto e em minha voz a tua voz. Não te quero ter porque em meu ser tudo estaria terminado. Quero só que surjas em mim como a fé nos desesperados. Para que eu possa levar uma gota de orvalho desta terra amaldiçoada. Que ficou sobre a minha carne como uma nódoa do passado. Eu deixarei… tu irás e encostarás a tua face em outra face. Teus dedos enlaçarão outros dedos e tu desabrocharás para a madrugada. Mas tu não saberás que quem te colheu fui eu, porque eu fui o grande íntimo da noite. Porque eu encostei minha face na face da noite e ouvi a tua fala amorosa. Porque meus dedos enlaçaram os dedos da névoa suspensos no espaço. E eu trouxe até mim a misteriosa essência do teu abandono desordenado. Eu ficarei só como os veleiros nos portos silenciosos. Mas eu te possuirei mais que ninguém porque poderei partir. E todas as lamentações do mar, do vento, do céu, das aves, das estrelas. Serão a tua voz presente, a tua voz ausente, a tua voz serenizada."

Vinicius de Moraes



Dores invisíveis


Parece absurdo que alguém possa sofrer num dia de céu azul, na beira do mar, numa festa, num bar. Parece exagero dizer que alguém que leve uma pancada na cabeça sofrerá menos do que alguém que for demitido. Onde está o hematoma causado pelo desemprego, onde está a cicatriz da fome, onde está o gesso imobilizando a dor de um preconceito? Custamos a respeitar as dores invisíveis, para as quais não existem prontos-socorros. Não adianta assoprar que não passa.

Martha Medeiros


Amigos, só amigos

Procura-se um amigo para gostar dos mesmos gostos, que se comova, quando chamado de amigo. Que saiba conversar de coisas simples, de orvalhos, de grandes chuvas e das recordações de infância. Precisa-se de um amigo para não se enlouquecer, para contar o que se viu de belo e triste durante o dia, dos anseios e das realizações, dos sonhos e da realidade. Deve gostar de ruas desertas, de poças de água e de caminhos molhados, de beira de estrada, de mato depois da chuva, de se deitar no capim. Precisa-se de um amigo que diga que vale a pena viver, não porque a vida é bela, mas porque já se tem um amigo. Precisa-se de um amigo para se parar de chorar. Para não se viver debruçado no passado em busca de memórias perdidas. Que nos bata nos ombros sorrindo ou chorando, mas que nos chame de amigo, para ter-se a consciência de que ainda se vive.

Vinicius de Moraes

Plenitude


"Eu nasci amalgamada com a solidão deste exato instante e que se prolonga tanto, e tão funda é, que já não é minha solidão mas a Solidão de Deus. Alcancei afinal o momento em que nada existe. Nem o carinho de mim para mim: a solidão é esta, a do deserto. O vento como companhia. Ah mas que frio escuro está fazendo. Cubro-me com a melancolia suave, e balanço-me daqui para lá, daqui para lá, daqui para lá. Assim. É! É assim mesmo. Sei que eu mesma não presto. Mas eu te digo: eu nasci para não me submeter; e se houver essa palavra, para submeter os outros. Não sei porque nasceu em mim desde sempre a ideia profunda de que sem ser a única nada é possível."
Clarice Lispector



"Se me perguntarem qual o sentimento que considero mais bonito ou mais importante, vou abrir um sorriso e dizer: o correspondido."
Martha Medeiros



Tudo depende só de mim



Hoje levantei cedo pensando no que tenho a fazer antes que o relógio marque meia noite. É minha função escolher que tipo de dia vou ter hoje. Posso reclamar porque está chovendo ou agradecer às águas por lavarem a poluição. Posso ficar triste por não ter dinheiro ou me sentir encorajado para administrar minhas finanças, evitando o desperdício. Posso reclamar sobre minha saúde ou dar graças por estar vivo. Posso me queixar dos meus pais por não terem me dado tudo o que eu queria ou posso ser grato por ter nascido. Posso reclamar por ter que ir trabalhar ou agradecer por ter trabalho. Posso sentir tédio com o trabalho doméstico ou agradecer a Deus. Posso lamentar decepções com amigos ou me entusiasmar com a possibilidade de fazer novas amizades. Se as coisas não saíram como planejei posso ficar feliz por ter hoje para recomeçar. O dia está na minha frente esperando para ser o que eu quiser. E aqui estou eu, o escultor que pode dar forma. Tudo depende só de mim.


 Charles Chaplin

Bilhete



Se tu me amas, ama-me baixinho
Não o grites de cima dos telhados
Deixa em paz os passarinhos
Deixa em paz a mim!
Se me queres,
enfim,
tem de ser bem devagarinho, Amada,
que a vida é breve, e o amor mais breve ainda…


Mario Quintana