sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

2012


      Esses 12 meses se passaram muito rápido, foi como uma montanha russa teve sua longa escalada, mas também suas depressões, algumas incuráveis, e outras que apenas deixaram cicatrizes que se apagarão facilmente. Colocando em balança acredito que tenha sido um ano de ótimo aproveitamento. E cresci, vivi, amadureci, conheci, li, e muitos outros is. Posso dizer com todas as palavras que fiz tudo que eu pude, mas alguns desejos ainda não se concretizaram, deixá-los-ei para o próximo ano que nem esta tão longe assim. Partilharei deles quando me sentir preparada. Pessoas passaram por mim, algumas para serem lembradas por toda a vida, e outras esquecidas com apenas um lapso de memória. Desejos incuráveis, sentimentos leves, harmonia e equilíbrio. Senti que vivi e me senti mais viva nesse ano, que essa vividez se transporte para o próximo ano. Sonhos realizados, mas querências constates. Alegrias, tristezas, loucuras, insanidade, felicidade, beijos e abraços. Música, novamente, em tudo, me faz lembrar momentos, sentidos, pessoas. Gostei, desgostei, me transformei. Talvez para o bem, ou nem tanto assim. Arrependo-me de coisas que deixei de fazer por pura covardia. Lembro-me de ter voltado pra casa ao nascer do dia. Agradeço meus amigos por terem suportado minhas chatices e meus dramas, que não foram poucos. Também agradeço pelas risadas, conselhos, ombros amigos, piadas idiotas, e algumas mais idiotas ainda. Desculpe-me se magoei alguém, e juro que não foi minha intenção, se bem que alguns mereciam. Desejo que o próximo ano seja o melhor possível, e farei de tudo que para que ele seja. Novo ano, novas expectativas, novas paixonites, novas pessoas, tudo novamente. 2012, vem que eu te quero!

quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Não deixe o amor passar

     "Quando encontrar alguém e esse alguém fizer seu coração parar de funcionar por alguns segundos, preste atenção: pode ser a pessoa mais importante da sua vida. Se os olhares se cruzarem e, neste momento,houver o mesmo brilho intenso entre eles, fique alerta: pode ser a pessoa que você está esperando desde o dia em que nasceu. Se o toque dos lábios for intenso, se o beijo for apaixonante, e os olhos se encherem d’água neste momento, perceba: existe algo mágico entre vocês. Se o primeiro e o último pensamento do seu dia for essa pessoa, se a vontade de ficar juntos chegar a apertar o coração, agradeça: Deus te mandou um presente: O Amor. Por isso, preste atenção nos sinais - não deixe que as loucuras do dia-a-dia o deixem cego para a melhor coisa da vida: o amor".
Carlos Drummond de Andrade

Porque, sim

  Você tem uma razão muito forte para, neste final de ano, reatar com aquela amiga a quem magoou, para passar o dia inteiro deitado na cama pensando na vida, para interromper a dieta e cair de boca no seu doce preferido. A razão inquestionável e inatacável é: porque sim.
Você passou o ano inteiro fazendo coisas porque não. Você foi a festas barulhentas e lotadas porque não queria ficar… em casa sozinha. Você gastou mais dinheiro do que podia porque não contava que iria ficar sem emprego. Você se frustrou porque não conseguiu a bolsa de estudos na Inglaterra. Você foi ignorada pelo carinha que estava a fim porque não ouviram suas preces. Ainda assim, você passou o ano sorridente e bem-humorada, porque não esperavam outra coisa de você.
Agora chegou a época do ano em que você não precisa mais se preocupar em dar explicação. Por que? Porque sim. Acabei de determinar que o final do ano é o momento ideal para expurgar as culpas e para fazer tudo o que lhe passar pela cabeça, sem se importar se é politicamente correto ou incorreto, se vai dar certo ou não. É a hora de ouvir os seus instintos e atender às suas vontades, hora de se permitir uma certa irresponsabilidade, tomar atitudes desamparada pela razão. Por que? Você sabe porquê.
Vou comprar um vestido vermelho, porque sempre quis ter um. Vou alugar uma moto por um dia, porque nunca tive uma moto. Vou ligar para o Gustavo e dizer que fui apaixonada por ele, porque ele nunca soube disso. Vou ler toda a obra de Shakespeare, porque me deu na telha. Vou pegar um ônibus e só descer na última parada, porque me deu vontade. Vou comprar o disco de uma banda que nunca ouvi falar, sem escutar na loja. Porque sim.
Um exercício de desprendimento: desatar os nós que enlaçam atos e motivos. Fazer as coisas por impulso. Por que? Porque às vezes é bom a gente mostrar pra si mesmo quem é que manda aqui.
- Martha Medeiros.

Definitivo

Definitivo, como tudo o que é simples. 
Nossa dor não advém das coisas vividas, 
mas das coisas que foram sonhadas e não se cumpriram. 

Sofremos por quê? Porque automaticamente esquecemos  o que foi desfrutado e passamos a sofrer pelas nossas projeções irrealizadas, por todas as cidades que gostaríamos de ter conhecido ao lado do nosso amor e não conhecemos, por todos os filhos que gostaríamos de ter tido junto e não tivemos,por todos os shows e livros e silêncios que gostaríamos de ter compartilhado, e não compartilhamos. Por todos os beijos cancelados, pela eternidade. 

Sofremos não porque nosso trabalho é desgastante e paga pouco, mas por todas as horas livres que deixamos de ter para ir ao cinema, para conversar com um amigo, para nadar, para namorar.

Sofremos não porque nossa mãe é impaciente conosco, mas por todos os momentos em que poderíamos estar confidenciando a ela nossas mais profundas angústias se ela estivesse interessada em nos compreender.

Sofremos não porque nosso time perdeu, mas pela euforia sufocada.

Sofremos não porque envelhecemos, mas porque o futuro está sendo confiscado de nós, impedindo assim que mil aventuras nos aconteçam, todas aquelas com as quais sonhamos e nunca chegamos a experimentar.

Por que sofremos tanto por amor?
O certo seria a gente não sofrer, apenas agradecer por termos conhecido uma pessoa tão bacana, que gerou em nós um sentimento intenso e que nos fez companhia por um tempo razoável,um tempo feliz.

Como aliviar a dor do que não foi vivido? A resposta é simples como um verso:

Se iludindo menos e vivendo mais!!!
A cada dia que vivo, mais me convenço de que o desperdício da vida está no amor que não damos, nas forças que não usamos, na prudência egoísta que nada arrisca, e que, esquivando-se do sofrimento,perdemos também a felicidade.

A dor é inevitável.
O sofrimento é opcional…

Carlos Drummond de Andrade

Promessas

      “A verdade é que desde sempre foi complicado entender o que eu sinto, mas eu sempre tentei descrever em palavras para que, quem sabe alguém mais ou menos desocupado do que eu, pudesse entender por mim. A vida bateu na minha cara, muitos dias seguidos, sem poesia nenhuma que era pra me deixar sem vontade alguma de abrir os olhos. Só que os olhos são meus e cabe a mim saber até onde é bom enxergar, mesmo que sejam só coisas ruins que não vão me dar o sorrisinho que eu tenho que carregar todas as manhãs. Assim como tudo na vida, amores e amigos vêm e vão e, fico aqui perguntando baixinho, quem sou eu então pra decidir que os meus não deveriam ir? Não adianta mais prometer que será pra sempre. Eu não quero promessas. Promessas criam expectativas e expectativas borram maquiagens e comprimem estômagos. Eu não quero dor. Eu não quero olhar no espelho e ver você escorrer, manchando minha maquiagem. É pelo medo de cair de novo que meus joelhos tremem. Eu quero, no mínimo uma garantia. E eu só preciso me desfocar do sonho que me deixa míope e enxergar além, ou melhor: enxergar o que está na minha cara. Antes de dormir rezei, pedi a Deus que perdoe tanta ingratidão de minha parte, por não enxergar tudo de bom que a vida me oferece, e continuar aqui me lamentando e fazendo tudo por você.”
Tati Bernardi

domingo, 11 de dezembro de 2011

Apartir de agora

"Para não sofrer eu vou me drogar de outros, eu vou me entupir de elogios, eu vou cheirar outras intenções. Vou encher minha cara de máscaras para não ser meu lado romântico que tanto precisa de um espaço para existir ridiculamente. Não vou permitir ser ridícula, nem uma lágrima sequer, nem um segundo de olhar perdido no horizonte, nem uma nota triste no meu ouvido. Eu sei o quanto vai ser cansativo correr da dor, o quanto vai ser falso ignorar ela sentada no meu peito. Mas vou correr até minha última esquina. Vou burlar cada desesperada súplica do meu coração para que eu pare e sofra um pouquinho, um pouquinho que seja para passar. Suor frio da corrida, sempre com sorriso duro no rosto e o medo de não ser nada daquilo que você me fez sentir que eu era. Muita maquiagem para esconder os buracos de solidão. Muita roupa bonita para esconder a falta de leveza e de certeza do meu caminho."

Tati Bernardi

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Esqueça

       "Esquece. Não vou atrás de ninguém. Não mais. Ontem eu quis desesperadamente a sua companhia lá naquele banco da praça, quis ficar ali com você a noite toda se pudesse. E quando fui embora pensei em te ligar, dizer pra voltar amanhã, vir me fazer sorrir. Mas não. Hoje eu acordei e pensei que seria melhor não, eu não quero me apegar em ninguém, não quero precisar de ninguém. Quero seguir livre, entende? Mesmo que isso me faça falta, alguém pra me prender um pouquinho. Vou me esquivar de todo sentimento bom que eu venha a sentir, não levar nada a sério mesmo. Ficar perto, abraçar de vez enquando, sentir saudade, gostar um pouquinho. Mas amar não, amar nunca, amar não serve pra mim. Prefiro assim!"

Caio Fernando Abreu

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

domingo, 13 de novembro de 2011

Não é amor

“Se não era amor, era da mesma família. Pois sobrou o que sobra dos corações abandonados. A carência. A saudade. A mágoa. Um quase desespero, uma espécie de avião em queda que a gente sabe que vai se estabilizar, só não se sabe se vai ser antes, ou depois de se chocar contra o solo. Eu bati a 200 km por hora e estou voltando á pé para casa, avariada. Eu sei, não precisa me dizer outra vez. Era uma diversão, uma paixonite, um jogo entre adultos. Telvez este seja o ponto. Talvez eu não seja adulta o suficiente para brincar tão longe do meu pátio, do meu quarto, das minhas bonecas. Onde é que eu estava com a cabeça, de acreditar em contos de fada, de achar que a gente muda o que sente, e que bastaria apertar um botão, que as luzes apagariam e eu voltaria a minha vida satisfatória, sem seqüelas, sem registro de ocorrência? Eu não amei aquele cara. Eu tenho certeza que não. Eu amei a mim mesma naquela verdade inventada. Não era amor, era uma sorte. Não era amor, era uma travessura. Não era amor, eram dois travesseiros. Não era amor, eram dois celulares desligados. Não era amor, era de tarde. Não era amor, era inverno. Não era amor, era sem medo. NÃO ERA AMOR, ERA MELHOR”.

Martha Medeiros

sábado, 12 de novembro de 2011

Back Home


       Ai, que saudades de casa. Saudades da minha mãe, do meu, pai, do meu irmão, da minha vó, da minha família. Dos meus amigos, embora a maioria não esteja mais morando aqui. Saudade dos tempos passados que me trazem à tona a velha nostalgia de pensar como seria se eu tivesse ficado aqui. Tudo que eu ganhei e perdi saindo de casa. Tudo que eu podia ter feito se eu ficasse, ou perdido se eu não partisse. Trocaria todos os dias de sol pela chuva e frio? Trocaria o amor da família, por sorrisos e abraços desconhecidos? Bem, isso não resume-se apenas em trocas, foram escolhas, escolhas que certamente me encaminharam, que mudaram o meu modo de pensar a respeito de tudo, a respeito do mundo. Escolhas necessárias que até agora valeram muito a pena!

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

11/11/11

        Antes que o dia acabe eu quero ficar com você, antes que o dia acabe eu quero ter você  pra sempre, antes que o dia acabe eu quero escutar a sua voz, antes que o dia acabe eu quero rir com você, antes que o dia acabe eu quero que você me diga que sou a única na sua vida, antes que o dia acabe quero ter você só pra mim, antes que o dia acabe quero me lembrar de você, antes que o dia acabe quero sentir seu perfume inebriante, antes que o dia acabe quero ver o por-do-sol ao seu lado, antes que o dia acabe eu quero escutar a nossa música, antes que o dia acabe eu quero você aqui comigo, antes que o dia acabe...

domingo, 6 de novembro de 2011

Anna Bastos


    Ela era assim mesmo, dessas garotas bem tortas. E gostava de ser assim, diferente. Ela provocava risos, e tinha a ironia na ponta da língua. Sabia usar o sarcasmo como ninguém. Ela não era de sorrisos fáceis, mas sempre que sorria, fazia-o com os lábios, e também com os olhos. Ela conservava seus amigos, que não eram muitos, mas sim, eram os melhores. Como eu disse, ela era torta, errada, mas era ela sem artifícios, sem muitos enfeites, porque ela fazia questão de dizer “eu quero que as pessoas gostem de mim pelo que eu sou”. Ela era certa, e errada. Cheia de imperfeições incorrigíveis. E o melhor de tudo é que ela ainda gosta de ser assim, torta.”

Anna Bastos

Contos em desencontros VI


Reencontro

    Semana de provas, completamente cansada, esgotada. Noite passada dormira como uma pedra. O despertador tocara e eu precisava acordar para a vida real. E eu não poderia dormir pelo resto da minha vida, mesmo que eu quisesse. Talvez algo no dia me devolveria um motivo para encarar a realidade.
    Sexta-feira era o dia de sair, beber e esquecer esses problemas, na verdade esquecer era uma conseqüência da bebida. Eu estava na frente do bar, comprando minhas fichas para a noite, quando me deparo com um rosto tanto que familiar. Ele estava de camiseta de uma banda desconhecida, e pertencia a um grupo completamente diferente ao meu. Prontamente segui-o ate avistá-lo. Parei e fingi que estava conversado com minha amiga. Quando me virei, ele estava atrás de mim e acidentalmente esbarrei nele, de uma maneira sutil que nem deveria ter percebido. Desculpei-me, ele disse que estava tudo bem, mas quis garantir que eu não tinha sofrido nenhum dano,  perguntou se não nos conhecíamos. Gaguejando respondi. Meus sentidos estavam ainda um pouco atormentados devido ao álcool presente na bebida. Comecei a rir, nervosamente. Conversamos por um bom tempo, e nesse breve período descobrimos varias coincidências. Tínhamos gostos musicais parecidos, ele fazia faculdade e eu também, porem cursos opostos. O álcool já estava me consumindo, sentia-me um pouco zonza, até que ele chegou perto demais, e eu não resiti. Sim, beijei-o, caro leitor, posso resumir em apenas uma palavra: intenso. Eu não consegui controlar meus lábios, eles tremiam. Já se passava das 4 da manha, e eu ainda continuava lá. Precisava ir. Infelizmente. Queria ficar pra sempre com ele. Não queria dormir. Dentro do carro de volta, lembrei do seu sorriso, do jeito que mexia nervosamente com o cabelo, da sua camiseta, mas não lembrara do seu nome, talvez tivesse esquecido de perguntar.

Historia não baseada em fatos verídicos!

Roubar um coração

Para se roubar um coração, é preciso que seja com muita habilidade, tem que ser vagarosamente, disfarçadamente, não se chega com ímpeto, não se alcança o coração de alguém com pressa. Tem que se aproximar com meias palavras, suavemente, apoderar-se dele aos poucos, com cuidado. Não se pode deixar que percebam que ele será roubado, na verdade, teremos que furtá-lo, docemente.
Conquistar um coração de verdade dá trabalho, requer paciência, é como se fosse tecer uma colcha de retalhos, aplicar uma renda em um vestido, tratar de um jardim, cuidar de uma criança. É necessário que seja com destreza, com vontade, com encanto, carinho e sinceridade.
Para se conquistar um coração definitivamente tem que ter garra e esperteza, mas não falo dessa esperteza que todos conhecem, falo da esperteza de sentimentos, daquela que existe guardada na alma em todos os momentos.
Quando se deseja realmente conquistar um coração, é preciso que antes já tenhamos conseguido conquistar o nosso, é preciso que ele já tenha sido explorado nos mínimos detalhes,
que já se tenha conseguido conhecer cada cantinho, entender cada espaço preenchido e aceitar cada espaço vago.
...e então, quando finalmente esse coração for conquistado, quando tivermos nos apoderado dele,vai existir uma parte de alguém que seguirá conosco.

Uma metade de alguém que será guiada por nós e o nosso coração passará a bater por conta desse outro coração. Eles sofrerão altos e baixos sim, mas com certeza haverá instantes, milhares de instantes de alegria.

Baterá descompassado muitas vezes e sabe por que?
Faltará a metade dele que ainda não está junto de nós.

Até que um dia, cansado de estar dividido ao meio, esse coração chamará a sua outra parte e alguém por vontade própria, sem que precisemos roubá-la ou furtá-la nos entregará a metade que faltava.
... e é assim que se rouba um coração, fácil não?

Pois é, nós só precisaremos roubar uma metade, a outra virá na nossa mão e ficará detectado um roubo então! E é só por isso que encontramos tantas pessoas pela vida a fora que dizem que nunca mais conseguiram amar alguém... é simples...
é porque elas não possuem mais coração, eles foram roubados, arrancados do seu peito, e somente com um grande amor ela terá um novo coração, afinal de contas, corações são para serem divididos, e com certeza esse grande amor repartirá o dele com você.

 Luís Fernando Veríssimo

terça-feira, 1 de novembro de 2011

Dias difíceis

   
     “Me mande mentalmente coisas boas. Estou tendo uns dias difíceis, mas nada, nada de grave. Dias escuros sem sorrisos, sem risadas de verdade. Dias tristes, vontade de fazer nada, só dormir. Dormir porque o mundo dos sonhos é melhor, porque meus desejos valem de algo, dormir porque não há tormentos enquanto sonho, e eu posso tornar tudo realidade. Quando acordo, vejo que meus sonhos não passam disso, sonhos; e é assim que cada dia começa: desejando que não tivesse começado, desejando viver no mundo dos sonhos, ou transformar meu mundo real num lugar que eu possa viver, não sobreviver.”

Caio Fernando Abreu

terça-feira, 25 de outubro de 2011

Saudades de casa


Só isso, sinto saudades de casa.

ei, Charlie Brown!

Clarice Lispector 7

   Gosto dos venenos mais lentos, das bebidas mais amargas, das drogas mais poderosas, das idéias mais insanas, dos pensamentos mais complexos, dos sentimentos mais fortes… tenho um apetite voraz e os delírios mais loucos.
Você pode até me empurrar de um penhasco que eu vou dizer:
- E daí? Eu adoro voar!
   Não me dêem fórmulas certas, por que eu não espero acertar sempre. Não me mostrem o que esperam de mim, por que vou seguir meu coração. Não me façam ser quem não sou. Não me convidem a ser igual, por que sinceramente sou diferente. Não sei amar pela metade. Não sei viver de mentira. Não sei voar de pés no chão. Sou sempre eu mesma, mas com certeza não serei a mesma pra sempre.

Clarice Lispector

terça-feira, 18 de outubro de 2011

Devaneios


Pretendo prender-me a esses detalhes soltos que deixei. Palavras ao vento que precisam apenas de um corpo para riscá-las e acende-las no clarão da noite. Perdi todo meu senso de humor e estou vivendo em um mundo de mágoas e tristezas. Alagada por falsas promessas, dias incompletos, memórias  perdidas, saudades mórbidas, querências, manhãs e cafés esquecidos, tardes frias. Presa por sentimentos incertos e incorretos. Presa por correntes indestrutíveis que impedem um simples movimento de braços e bocas. São almas perdidas pelo vento em busca de paz. Relutantes por um espaço e sedentas por amor.

Certamente, venho buscando por entre os bosques e praças alguém que possa compartilhar sua vida, uma vida reluzente, uma vida completa, uma vida comigo. Troco pedaços e memórias por corpos e desejos.

LS

sábado, 15 de outubro de 2011

Pra terminar

Eterno, é tudo aquilo que dura uma fração de segundo, mas com tamanha intensidade, que se petrifica, e nenhuma força jamais o resgata.
Um dia descobrimos que beijar uma pessoa para esquecer outra, é bobagem.Você não só não esquece a outra pessoa como pensa muito mais nela. Um dia descobrimos que se apaixonar é inevitável. Um dia percebemos que as melhores provas de amor são as mais simples. Um dia percebemos que o comum não nos atrai. Um dia saberemos que ser classificado como o “bonzinho” não é bom. Um dia perceberemos que a pessoa que nunca te liga é a que mais pensa em você. Um dia percebemos que somos muito importante para alguém, mas não damos valor a isso. Um dia percebemos como aquele amigo faz falta, mas ai já é tarde demais.

Enfim…

Um dia descobrimos que apesar de viver quase um século esse tempo todo não é suficiente para realizarmos todos os nossos sonhos, para dizer tudo o que tem que ser dito. O jeito é: ou nos conformamos com a falta de algumas coisas na nossa vida ou lutar para realizar todas as nossas loucuras. Quem não compreende um olhar tampouco compreenderá uma longa explicação.”

Martha Medeiros

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Idas e vindas



      Fico surpresa com a velocidade que as pessoas entram e saem das nossas vidas. Isso as vezes me assusta um pouco. É apenas piscar os olhos que elas desaparecem, lembranças são perdidas, memórias apagadas, amigos perdidos, conversas e sonhos esquecidos, viraram passado. Meu passado, meu presente e quem sabe o meu futuro. Há pessoas que passam pela nossa vida como um risco no céu, outras como um trovão, outras como uma pequena ventania, uma simples chuva, uma garoa, ou até mesmo como uma onda no mar. Mas lembre-se que algumas sempre ficarão mesmo que seja no nossa mente,são essas pessoas que realmente marcam nossa vida e valem a pena ser lembradas e relembradas.

LS