quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Medos

    
       “Você tem medo… Medo de se conhecer e esquecer outra vez. Medo de sacrificar a amizade. Medo de aguardar que alguma coisa mude de repente, de alterar o trajeto para apressar encontros. Medo se o telefone toca, se o telefone não toca… Você tem medo de  não prever o que pode sumir, o que pode desaparecer… Medo do imprevisível que foi planejado. Medo de que ele seja o homem certo na hora errada, a hora certa para o homem errado. Medo de se ultrapassar e se esperar por anos, até que você antes disso e você depois disso possam se coincidir novamente. Medo de largar o tédio, afinal você e o tédio enfim se entendiam. Medo de que ele inspire a violência da posse, a violência do egoísmo, que não queira repartir ele com mais ninguém… Medo de ser destruída, aniquilada, devastada e não reclamar da beleza das ruínas. Medo de ser antecipada e ficar sem ter o que dizer. Medo de não ser interessante o suficiente para prender sua atenção. Medo da independência dele… Medo de que o medo de entrar no medo seja maior do que o medo de sair do medo… Medo da vergonha que vem junto da sinceridade. Medo da perfeição que não interessa… Medo do aniversário sem ele por perto…”

Fabricio Carpinejar

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